Frances Ha



Frances é o nome da personagem vivida pela atriz Greta Gerwig, que também assina o roteiro do filme em parceria com Noah Baumbach. Noah passou a ter mais reconhecimento após o filme “A Lula e a Baleia” (The Squid and the Whale, 2005), que também escreveu e dirigiu. Greta atua mais no cenário de filmes independentes americanos, mas já participou de produções que fazem parte do mainstream, como “Para Roma com Amor” (To Rome With Love, 2012), de Woody Allen e “Sexo Sem Compromisso” (No Strings Attached, 2011), de Ivan Reitman. “Frances Ha” (idem, 2012) tem como parceria de produção a produtora brasileira do Rodrigo Teixeira, a RT Features, que já produziu filmes como “O Cheiro do Ralo” (2006) e “Heleno” (2011).

A história gira em torno de duas amigas que dividem um apartamento no Broklyn. Sophie e Frances possuem características bem distintas e peculiares. O bom roteiro do filme deixa isso bem claro desde o início. Frances é dançarina e tem um jeito que cativa imediatamente, Sophie é editora e aparenta ter um estilo mais sério, mas ambas são extremamente espontâneas. Aliás, essa parece ser a palavra central que define o estilo da narrativa. Há um enorme grau de espontaneidade dos diálogos entre os atores em cena.

O filme apresenta uma proposta de ser simples e desprentesioso ao pintar de preto e branco o cotidiano dessas duas amigas. O que realmente chama a atenção é a atuação dos atores, especialmente de Greta, graças a um roteiro recheado de situações genuinamente hilárias. O estilo do texto lembra bastante o seriado “Girls” (exibido pela HBO), que é escrito, dirigido e estrelado por Lena Dunham, que vive a personagem principal, Hannah. Quando nos deparamos com o ator Adam Driver, a semelhança de estilo se completa ainda mais. Ambos abordam a mesma temática, que é a de jovens com seus vinte e poucos anos, vivendo em Nova York à procura de seus respectivos rumos de trabalho, tentando conciliar objetivos pessoais com as leis de sobrevivência numa cidade grande. Porém a Hannah, de Dunham, que é igualmente engraçadíssima, é completamente neurótica, quase uma versão feminina de Woody Allen. Já Frances é puramente acrobática. Ela consegue fazer com que sua vida seja um malabarismo constante e frenético, adicionado a bebidas, cigarros, mudanças de casas, conversas e, é claro, muita dança.

A narrativa está dividida em diferentes momentos, que estão relacionados aos variados endereços que Frances passa. A cada mudança de endereço, vemos ela vivendo diversas situações de convivência e adaptação ao lugar em que se encontra naquele instante. E não importa onde ela esteja, Frances sempre consegue extrair o que há de melhor das circunstâncias. Seja dividindo o apartamento com a melhor amiga, ou com dois novos amigos, ou na casa da família durante o Natal, que aliás, são mesmo os pais verdadeiros da atriz quem aparecem no filme. Enfim, Frances é uma personagem que demonstra uma total descontração, mesmo quando as coisas não estão muito bem. O título do filme, que só será entendido no final, é de uma sacada que se encaixa perfeitamente com a personalidade da personagem, que assim como a própria produção, nada mais quer do que conquistar sua independência.

Comentários

Anônimo disse…
hum, muito bom, com certeza vou ver. vi a lula e a baleia e me lembro que gostei muito de como a história se encaixava bem no final. abs Milton
Amália Queiroz disse…
Lari,

Estou curiosa para ver esse filme, após ler seu blog.
Vamos ver se entra em cartaz aqui em Vitória.
Beijos,Amália.

Laura Santos disse…
Muito interessante este teu blog, Larissa... Eu não entendo muito de cinema, embora goste muito, mas acho a tua escrita acerca dos filmes, incrível. Muito bom.
Nunca tinha sequer ouvido falar deste filme aqui em Portugal, mas suscitou-me curiosidade.
xx
Tati Reuter disse…
Leurys! Vi esse filme outro dia. Lindo, né? Concordo contigo, ela extrsai o melhor das situações ou, de repente, consegue enxergar a complicada vida de uma forma mais 'simples'. Muito gostoso.
AC disse…
Uma dica que apetece seguir.
Grato.

Beijo :)