Control (idem, 2007)



Em 1977 uma banda inglesa, mais especificamente de Manchester, apresentava uma nova sonoridade para o mercado musical. Entre David Bowie e Sex Pistols, surgia o Joy Division. Uma banda que destoava entre as outras por apresentar letras sensíveis e profundas sobre os conflitos internos do ser humano. E o responsável pela composição dessas músicas era o vocalista Ian Curtis. O diretor e fotógrafo holandês Anton Corbijn (http://www.corbijn.co.uk/) dirige seu primeiro longa que não poderia ser sobre outra coisa senão a banda que ele conheceu e admirava tanto. Anton é conhecido pelo seu trabalho como fotógrafo no meio musical, que inclui capas de revistas e CD’s de bandas como U2, REM, Depeche Mode, entre outros.

Control é um filme biográfico que possui um tom de respeito pela figura ali exposta. Isso se deve ao fato de seu diretor ter uma profunda admiração por Ian e pelo seu trabalho junto ao Joy Division. O tom do filme é propositalmente um pouco superficial no que se refere aos conflitos mais íntimos do personagem principal. O diretor opta em fazer com que a dramaticidade aconteça através da fotografia, tonalizada em preto e branco, transformando a composição das imagens não só como o pano de fundo da história, mas quase que como uma forma de narrativa paralela. Devido a sua profissão como fotógrafo e a sua relação com a banda, isso pode ter acontecido de forma até inconsciente para Anton. Inconsciente ou não, é perceptível que o filme reverencia Ian e toda sua complexidade como ser humano.

O filme ganha também com a atuação de Sam Riley, cuja semelhança física com Ian é surpreendente. Além do fato de que a banda e o ator realmente cantam, e não dublam, as músicas do Joy Division. Deborah Curtis, esposa do Ian, é vivida por Samantha Morton, e é no livro dela que é baseado o filme de Anton. Uma outra produção vem acompanhando Control, trata-se do documentário Joy Division, do diretor Grant Gee, em que o próprio Anton aparece como um dos entrevistados. Ou seja, para os fãs da banda, ou para aqueles que gostam de uma boa música, essa é uma ótima oportunidade de relembrar, ou conhecer um pouco mais a fundo a história de uma banda que inovou o meio musical e influenciou tantas outras bandas inglesas que surgiram posteriormente.

Comentários

Amália Queiroz disse…
Larissa,
Suas análises cinematógraficas estão ficando cada vez mais profissionais.
Sua percepção sobre a 7ª arte faz com que nós "meros assistidores de filmes", fiquemos mais atentos aos detalhes que você descreve tão simplesmente.
ADOREI!
PARABÉNS!
Beijos, Amália.
Anônimo disse…
O filme é bom e a análise é ótima!
Beijinhos sempre!

Carol
Anônimo disse…
Olá, Larissa. Vi o link do seu blog no MovieMobz e acabei entrando aqui para dar uma olhada.

Ainda não tive oportunidade de assistir a "Control". Faz um tempo que ando procurando-o para dar uma conferida, mas ainda não consegui. Pretendo ver em breve.

Abraços.